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terça-feira, junho 13, 2006

Copa, copa, copa

Meus amigos devem estar com um sorrisinho sarcástico. Mas até eu tenho de falar de futebol. (Acho interessantes os comentários de Casagrande, Falcão e Arnaldo Coelho, o aspecto técnico; como diria Mário Quintana, “quem não se contradiz não pode estar falando a verdade”). Acho que vou me oferecer para jogar na Copa do Mundo; até agora só vi pelada, o mais emocionante foi Itália e Gana, mais por Gana. A Itália fez um servicinho burocrático, um jogador bom.

A Suécia parecia que nunca tinha visto bola, quase empata com Trinidad e Tobago, essa Seleção sem técnica, mas com violência de sobra. Pode parecer estereótipo, mas a Alemanha não conseguia sair do plano de jogo, e talvez, por chavão que seja, os brasileiros saibam transgredir e, portanto, criar, mais. Não vi um jogo até agora que merecesse ser visto, parece que nada vai além do 1x0. Fiquei decepcionado, pelo menos nessas partidas até terça, com os “melhores do mundo”.
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Afinal parece que a “quebradeira” no Congresso não foi planejada, digo, o próprio Bruno Sergipe disse que não esperava, foi um “estouro da manada”. Afinal, porque o povo estaria brabo com seus “representantes”?
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Alguns números nesta democracia aristocrática não fecham.

- Dizem que se Susane for condenada com o máximo da pena pegará 7 anos, 4 dos quais já foram cumpridos. Dá pra acreditar? Duplo homicídio, pai e mãe, triplamente qualificado, e aquele idiota dos namorado que fica na cara foi levado por ela. Dizem a boca pequena que cada brasileiro tem “direito de matar um”, porque as defesas da lei para aqueles que eram perseguidos pela ditadura nos envergonham e acabam liberando os Malufs para voarem para a Europa.

- Os jogadores Atualmente jogam 75 a 80 jogos por ano, disse Ronaldo em entrevista. Cada jogo de eliminatória, 12 horas e vôo e jogam um dia depois. A única coisa que sei de futebol é que quando eu era pequeno ficava-se um mês todo esperando para ver o Grêmio jogar; hoje envolve tanto dinheiro, publicidade, TV, que os atletas são queimados logo, sua saúde sendo vendida mais caro.
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Agora nos Etázuni um senador maluco propôs a segregação racial nas escolas porque aos seis anos uma professora não o protegeu de coleguinhas cruéis.Umberto eco tem uma Expressão que é “superinterpretação”. É quando um crítico força a barra, usa as técnicas da semiótica para profetizar o fim do mundo. Da mesma força existe e “hiperdemocratismo”: é quando, por exemplo, assédio sexual se torna mais importante que a questão do emprego de qualidade como defesa feminista.

Existe uma tendência atual para esse uso dos direitos humanos contra os princípios da justiça: uma elite de intelectuais, jornalistas e madames esquerdistas se distanciou tanto do comum cidadão que as leis, muita coisa da imprensa e debates acadêmicos vivem no “Brasil 1” enquanto o fogo consome o “Brasil 2”. Nos EUA, ao que parece, também a elite negra chegou a um grau tão grande de requinte que pode se dar ao luxo de ter uma “proteção a priori” contra os confrontos de uma educação na tolerância feita de indas e vindas, mas a única coisa que pode nos fazer criar uma comunicação comum. Eta mundinho dividido!
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Uma maluca da colônia “italiana” no Brasil: se Brasil jogar contra Itália no final, para quem a senhora torce? Itália, respondeu ao repórter. Uma amiga minha disse: o problema do Brasil é que ninguém aqui é brasileiro. Estranho. Alguns amigos alemães que eu tenho, e moram em Porto Alegre, toda vez que ouvem alguém dizer “sou italiano” ou “sou alemão” fazem questão de dizer: o senhor tem descendentes alemães, ou italianos, mas é desta terra. É o velho espírito vitoriano colonialista; aliás, nosso amigo Thackeray diria que um irlandês é muito mais esnobe que um inglês, simplesmente por lamber-lhe as botas.
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Minha fórmula para ver jogo da seleção; finjo que não estou assistindo, e deixo os caras fazerem sua parte. Fiz isso em 1994 e... bem, não me lembro mais se funcionou, mas funcionou em 1998 (ou não?) quando eu e uma amiga ficamos fazendo um vídeo no cemitério. Tudo pela arte! Na dúvida, insisto.

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