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terça-feira, junho 13, 2006

Usando tua toalha


Uma amiga minha comenta sobre o namoro-casamento de seu filho- a menina acorda e lhe diz: tia, tem uma escova de dentes que eu possa usar? Eles se conhecem a menos de um ano. Outra pediu-lhe uma toalha. Uma vez o ex-namorado de minha irmã pediu pizza em nossa casa e meu irmão comentou “talvez não seja educado nós comermos”. Eu fiquei chocado: se alguém pede pizza na sua casa na hora da janta, pressupõe-se que seja para todos. Eu será que estamos vivendo uma república de federações coligadas. Parece que é isso mesmo: com Tv no quarto e Internet, os filhos só lembram dos pais para pedir dinheiro.

Mas, ah, ainda tem o namorado (a): aquela pessoa totalmente estranha que sai contigo de férias, toma café com você e lhe leva (se for mesmo bonzinho) para fazer as compras de supermercado. E que muda a cada dois anos. Esse é o lado mais estranho: sem nenhuma tolerância pela frustração, a nova geração, bebendo propaganda em seu leite de colo, brinca de casar como quem brinca de vídeo-game; já ouvi vários especialistas dizendo que o amor agora dura até a primeira briga. Eliminar o tempo de aproximação com a família é outra forma de “atropelar” em direção ao instantâneo; para que gerar intimidade, se pode acabar amanhã?

A família também se protege: tento não me tornar amiga das namoradas de meu filho, disse minha amiga, pois sofro cada vez que se separa. Se o namorado(a) é bom saberá levar esse fardo antigo que significa olhar com paciência as feridas abertas que todos temos, saber incentivar, superar e guardar os momentos de carinho. Se não, viva o amor-consumo: satisfaça seu desejo ao máximo até quando quiser, depois jogue fora.

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