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quarta-feira, maio 09, 2012

País novo

O novo rico não quer nada no seu caminho
Agride o que não é seu olhar
Ele sabe, ele pode, ele incendeia céus e terra
Cria eclipses para seu carro de ouro
Edmundo era novo rico - um réptil faminto
O novo rico é o meu ou o seu
É o mais inteligente -
Ele odeia o capitalismo, a novela - um pouco - e a miséria
Ele sabe que os chefes são corruptos e aprendeu o jogo
Ele nasce de decisões e exibe seu troféu
O novo rico pode tudo porque não esteve presente
quer conhecer, quer fugir, tem medo
são velhos ódios num brilho novo
O novo rico não pode envelhecer -
porque envelhecer é mudar valores
O novo rico não quer livros, mas seu efeito
O novo rico perde o parceiro, mas não o produto
Ele pensa globalmente, abstratamente - transforma
Não lhe interessa amanhã uma natureza
Explode depois de conversa e um sono doce
São as paixões da ambição, rapidez de julgamento
Odeia a senhora pobre, odeia a criança frágil
O novo rico é bom de coração
Não há certo, nem errado
- nietzscheanamente feios e belos
Matar pai e mãe - vergonha - chamando por Jesus
O sucesso não é para todos
A velha elite derruba os pomares para fazer fábricas
a nova classe média sonha em ter suas árvores
Os novos ricos odeiam o tempo e inovações
porque pensar atrapalha as normas ancestrais
Nobres e revolucionários se dão as mãos
E nada de novo nasce sobre a terra.

Afonso Lima

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