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segunda-feira, fevereiro 15, 2016

Alianças (trecho da peça "O Túmulo")

Como um Chefe do Estado Maior podia estar passando segredos militares aos russos? Ele descarregou a pistola em si mesmo, pressionado pelo chefe, o Barão. As relações entre este e o arquiduque degringolaram. Como o Barão foi incapaz de perceber a fragilidade de um homossexual indiscreto frente a espiões russos. Mostrava a displicência do temperamental Chefe do Estado, que, por outro lado, defendia guerras "preventivas". 

Mas o pior ainda estava por vir. A Inteligência do Império começou a desconfiar de um amigo do filho do Barão, e, depois, do próprio filho. Será que ele entrava no escritório do pai à noite e copiava os planos de guerra para entregá-los aos italianos, que os entregariam aos russos (ele tinha uma amante italiana). Perturbado, o Barão mandou que aplicassem a pena máxima ao filho. 

Havia muito medo no ar. "Um estado de menor importância pode arrastar todas as grandes nações à guerra", dizia o herdeiro do trono. A ambição imperialista, o conflito entre desejos expansionistas (no continente europeu) e coloniais pareciam prontos a explodir. Um movimento imperialista surge na Alemanha unida, disposto a rever a política de contenção de conflitos que gerara um sistema de alianças. 

O Barão e o arquiduque já não escondiam a hostilidade mútua, o Imperador tinha dificuldade em harmonizar diversos níveis e focos de poder. Nesta situação o arquiduque repreende em público o Barão por alterar manobras sem consultá-lo. Por fim, o Barão é demitido e tudo parece se encaminhar para mais meio século de equilíbrio precário baseado em tratados e diplomacia. 

O assassino do arquiduque diria: "Como herdeiro, ele teria impedido a união dos oprimidos, teria feito reformas". 

Afonso Lima

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